No varejo restrito, as vendas em setembro superaram em 8% a média do primeiro bimestre, ou seja o período pré-pandemia
As vendas do varejo desaceleraram mais que o previsto, mas sustentaram seu nível recorde em setembro, o que é um fator positivo, segundo a MCM Consultores Associados. No varejo restrito, as vendas superaram em 8% a média do primeiro bimestre, ou seja o período pré-pandemia. No ampliado, o nível está 3% acima daquele momento.
O crescimento no terceiro trimestre compensou com folga a queda do segundo, observa a consultoria, que prevê variações mais moderadas — mas ainda positivas — nos próximos meses por causa do aumento da base de comparação, do esgotamento progressivo dos efeitos da reabertura do comércio e dos serviços. A inflação também deve pesar, sobretudo em supermercados.
Para outubro, a MCM estima avanço de 0,6% sobre setembro (7,8% sobre 2019) no conceito restrito e alta de 1,6% e 4,9%, respectivamente no ampliado.
Setembro
A contribuição mais relevante para o avanço do varejo restrito em setembro foi dada pelos combustíveis e lubrificantes, com alta de 3,1% sobre agosto. São cinco meses consecutivos de crescimento, mas o segmento ainda está 5% abaixo do patamar pré-crise, observa a MCM. Outras contribuições relevantes vieram de artigos farmacêuticos, cujo índice em setembro superou em 7% o patamar pré-crise e é recorde, e de móveis e eletrodomésticos, que registrou a quinta alta consecutiva, também em nível recorde e 25% acima do patamar pré-crise.
Por outro lado, hiper e supermercados apresentaram a terceira queda seguida no volume de vendas, provavelmente em resposta ao encarecimento dos preços dos alimentos e de outros artigos, mas se mantém 6% acima da média do primeiro bimestre. No conceito ampliado, tanto veículos quanto material de construção cresceram.
A MCM comenta que as mudanças de hábito provocadas pelo isolamento social e o pagamento do auxílio emergencial provocaram um desempenho desigual entre os segmentos do varejo. Os que se saíram melhor foram móveis e eletrodomésticos e materiais de construção.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, supermercados e farmácias aparecem na sequência. Os que mais perderam foram papelaria, veículos, vestuário e combustíveis.
(Com conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor)
Fonte: Valor INVESTE