Entenda os pontos relevantes dos aplicativos, as estratégias de longo prazo e o que vem acontecendo em outros segmentos.
Com o apelo da transformação digital, a questão do omnichannel e o rápido crescimento da mobilidade, os super aplicativos ou Apps se apresentam como solução rápida e fácil para levar seu supermercado a esse mundo digital. Mas, será esse o melhor caminho? Quais são as vantagens e desvantagens de usar aplicativos?
A facilidade de entrada nesse novo mundo, via super Apps, para aqueles que pesquisam o tema, implica em aderir sem questionar a um modelo de negócio criado, gerido e controlado por terceiros.
Para refletirmos melhor sobre o assunto, uma provocação: quem é o cliente dessas plataformas, o consumidor-final ou o supermercado que expõe seus produtos? Quais são as limitações impostas?
Antes de mergulhar nessas questões, vale mais uma provocação para os supermercadistas: informações do varejo alimentar dão conta de que a taxa dos super Apps para os supermercados varia próximo a 8% do valor bruto.
Ferramenta deve estar dentro de uma estratégia
Na verdade, trata-se de uma operação que pode levar os consumidores para a sua loja, ampliar mercado, mas qual supermercado tem lucro líquido superior a 8%? Acreditamos que são raríssimos pelo Brasil.
Por outro lado, entrar neste universo com aplicativo próprio, com a bandeira do seu supermercado demora mais, dá mais trabalho e gera outros gastos. O importante é entender qual é a sua estratégia e como será a atuação da sua empresa e dos super Apps no longo prazo.
Para os especialistas da R-Dias, o aplicativo deve ser uma ferramenta dentro de uma estratégia que exige do varejista uma série de esforços. Alguns deles deveriam ser simples, como estoque certo e ruptura. Outros são mais complexos, como a qualidade da entrega, o tempo de separação de produtos, situações de trocas do delivery, além do controle do score com os clientes.
Restaurantes sem acesso aos dados
Como os restaurantes fazem parte da maioria dos estabelecimentos ativos nos super Apps utilizaremos esse segmento como referência, mas sabemos que, como dizem os mais experientes, as histórias se repetem.
O primeiro segmento a embarcar de verdade nesta onda foi o de comida rápida. Os restaurantes fast-food e, mais recentemente, diversos outros formatos de restaurante, alguns até mais sofisticados, têm mergulhado de cabeça nos aplicativos. Os bons resultados surgiram, mas vieram também sinais de experiências negativas e com mais frequência.
Ao entrar neste universo eles conseguem até ampliar suas vendas, mas os clientes não são deles, os dados não são deles. O mais perto que conseguem chegar do cliente é através do entregador de delivery. Isso deve acontecer em outros segmentos também.
Diversos varejistas narram que não têm acesso a dados relevantes para entender o comportamento de seus consumidores. A análise fica com o aplicativo. É o App que compreende:
- Quem realiza a compra, o consumidor final;
- Quais os itens da cesta, a quantidade a variedade e outras informações;
- Que dia e hora o consumidor realiza compra, a frequência;
- De forma macro, para qual região se vende mais ou menos determinados itens;
- Informações relevantes, que podem gerar inteligência no negócio.
Se analisados, esses dados podem gerar valor para o varejista, como por exemplo, o raio de atendimento, os tipos de consumo, a fidelidade, entre outros. É necessário analisar com mais cautela.
Fonte: https://varejoemacao.com.br/vantagens-e-desvantagens-dos-aplicativos-para-supermercados/