O bate-papo da SuperVarejo desta quinta-feira (24), com o CEO e fundador da VipCommerce, Fernando Bravo, não restou dúvidas para os supermercadistas: a pandemia acelerou processos tecnológicos, ligados aos e-commerces, praticamente irreversíveis. O consumidor já se habituou às novas experiências que os canais digitais oferecem e, por tabela, agora pretende exigir mais do varejo.
“Antes do coronavírus havia a projeção de que até 2023 os canais de venda digitais, do segmento de alimentos/supermercados, representavam 15% de participação em um mercado com cerca de 400 bilhões, o que equivaleria a aproximadamente 60 bilhões. Entretanto, diante da pandemia, essa participação foi acelerada e deve ser alcançada muito antes deste tempo previsto”, explicou o executivo.
E a pergunta que fica é: “e agora?”. Para Bravo, cada supermercadista, independente do tamanho, terá que rever os seus processos e adaptar-se a essa nova realidade. “Pela nossa experiência dos últimos anos, lidando diretamente com as operações de e-commerce nos supermercados, o caminho será a multicanalidade, com soluções e experiências de compra caminhando juntas, por meio dos canais digitais omminichanel”, defende.
E para isso, os supermercadistas vão precisar enfrentar alguns desafios para obter um e-commerce realmente eficiente. No caso dos pequenos, os principais problemas giram em torno de um bom controle do estoque/inventário, afinal este precisa estar alinhado aos saltos numéricos que as vendas online acabam gerando, como forma de evitar rupturas ou transtornos maiores na operação. Já os desafios para os médios e grandes passam pela cultura e a criação de um fluxo de cadeia que vise o escalonamento do canal.
“Depois das implantações, os erros mais comuns, que acometem todo tipo de e-commerce, são as quatro dores operacionais. A primeira delas é não ter o produto para entregar. Neste caso, é preciso haver inteligência para que isso seja evitado ou gere rupturas. A segunda é o cliente receber um produto trocado, a operação precisar estar preparada o suficiente para evitar que isso aconteça. A terceira está ligada ao processo de separação e ao compromisso de entrega. Estes erros precisam ser tratados com tecnologia e processos para que não haja atrasos. E a quarta, que não é um erro, mas uma falha no procedimento, é o cuidado com a seleção dos produtos, já que o supermercadista assume o manuseio dos itens que serão enviados para os clientes”, completa.
Outras facilidades
Na opinião de Bravo, a configuração estética da plataforma de qualquer supermercado também precisa ser leve para não gerar cansaço durante a navegação. “O ticket médio de quem navega em um e-commerce de alimentos costuma girar em torno de R$ 250 a R$ 350, ou seja, ele é maior do que a média gasta em uma loja física de supermercado, já que o shopper também costuma dedicar mais tempo durante esse tipo de compra online e inclusive, visitar os mesmos sites semanalmente”, esclarece.
Dicas de ouro
E já que é assim, todo supermercadista que quiser vender os seus produtos pelo e-commerce não pode se esquecer de um detalhe básico, mas fundamental: otimizar sua ferramenta de busca. “Ao contrário do que se pensa, grande parte das compras feitas pelos usuários de e-commerce ou marketplace de alimentos são feitas pelo ‘Busca’ e não pela navegação. Portanto, qualquer plataforma precisa tornar essa experiência mais fácil e democrática, do ponto de vista tecnológico”, deixa a dica.
De quebra, esse cuidado também pode ajudar a alavancar as vendas por impulso, com produtos que estejam ligados às principais buscas. “Muitas pessoas poderão até diminuir as suas compras online, depois da pandemia, mas elas certamente continuarão transitando mesmo assim entre o online e offline. E o varejista precisa estar próximo delas. Portanto, realmente o futuro do varejo passa pelo omnichannel, com suas diversas modalidades”, conclui.
Fonte: Super Varejo