Os preços estão nas alturas nos supermercados. Além do encarecimento dos itens como arroz, óleo e carne, também houve redução das promoções ao consumidor, ou seja, os supermercados começaram a praticar o preço cheio, sem desconto, na gôndola.
Em relação a fevereiro, quando a pandemia ainda não havia chegado por aqui, houve uma queda de 10% em relação aos descontos oferecidos. Mas essa situação já foi bem pior. Em abril, quando os supermercados eram praticamente os únicos a funcionar, a redução era de 50%.
Essa é uma estratégia para reduzir o consumo em tempos de crise, já que o desconto é uma forma de incentivar o consumidor comprar mais. “Como houve um aumento da demanda [por comida] e a indústria não está entregando, é uma forma de evitar que falte produto”, diz Claudia Biselli, sócia-diretora da Jui PDV.
Segundo ela, esse risco não existe. No caso do arroz, houve uma queda de 20% na venda de arroz no Estado de São Paulo.
Outra forma de restringir a demanda é a velha restrição de quantidade vendida por pessoa. A lógica por trás disso é evitar que uma única pessoa compre tudo e não sobre para a outra. O problema é que medidas como essa ressuscitam fantasmas como o do desabastecimento. Então mesmo quem não precisa,acaba comprando por medo de não ter depois.
Quem está limitando a venda?
Grandes redes como Carrefour e Extra (pertencente ao GPA). “Para atender ao maior número de clientes, pontualmente algumas lojas estão informando a limitação quantitativa dos itens mais impactados”, informou o Carrefour.
O Grupo diz que “segue posicionado em oferecer produtos a preços acessíveis em seus formatos, varejo e atacado, trabalhando para reduzir os aumentos recebidos por parte dos fornecedores”.
Há risco de desabastecimento?
A Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) diz que não. “As indústrias de alimentos têm trabalhado, sem parar, desde o início da pandemia para que não falte alimento na mesa do consumidor brasileiro.”
Levantamento da Neogrid, que monitora estoques do varejo alimentício, mostra que reduziu a quebra de abastecimento de arroz na gôndola. E que o estoque dele subiu 14% em agosto.
Fonte: 6 Minutos