A Logstore criou o aplicativo móvel Nexp para digitalizar supermercados e fazer logística in store. App já atende 130 varejos de pequeno a grande porte, como Leroy Merlin
A digitalização dos supermercados, um mercado que vale mais de R$ 370 bilhões no Brasil, não deve parar nos aplicativos de delivery. A Logstore acredita que há muito espaço para logística digital dentro das próprias lojas.
O empreendimento foi selecionado como uma 100 Startups to Watch justamente quando promoveu uma pivotagem para seu modelo de negócio atual, em 2018. A Logstore colheu resultados com seu aplicativo de geolocalização de produtos, especialmente nesta pandemia. A startup espera dobrar de tamanho em 2020.
Ideia de negócio: digitalização e logística para mercados
Helson Santos empreende desde a faculdade — participou do núcleo de empreendedorismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie e lá criou o aplicativo para conectar universitários. Depois, o engenheiro mecânico atuou com logística em uma multinacional de alimentos. Santos uniu as dificuldades que via na entrega de produtos com sua experiência empreendedora para fundar a Logstore em 2017.
“A venda é rápida, mas o atendimento ao pedido costuma ser longo — e terceirizado. A relação com o cliente é quebrada”, diz Santos. A Logstore começou montando cadeias eficientes de logística, vendendo hardware terceirizado para movimentação de caixas e separação de pedidos. Depois, mudou do hardware para o software próprio de gestão de pedidos. A Logstore atendeu gigantes como a Dafiti com seu sistema.
A Logstore se considera como startup apenas a partir de 2018, com uma proposta de negócio mais escalável e repetível. Funcionários, entregadores e consumidores podem saber onde está o item a ser coletado por meio de um aplicativo dotado de geolocalização e estoque integrado.
A Logstore afirma que 78% do tempo de compra nos mercados é reduzido por meio do app. O índice de carrinhos abandonados cai entre 30% e 40%. Quando o consumidor não acha um produto, acaba desistindo de toda a compra. Esse processo é conhecido no varejo como ruptura.
Conhecido como Nexp, o app é usado principalmente para montar cestas de pedidos feitos na loja ou por aplicativos. A solução se tornou útil para agilizar compras e reduzir o contato entre clientes e funcionários nesta pandemia. “Éramos vistos como uma plataforma de inovação. De um dia para o outro, viramos recurso essencial”, diz o cofundador Helson Santos.
A Logstore começou neste mês o Programa de Aceleração da Visa. O programa permitirá incluir a funcionalidade de pagamento pelo próprio Nexp. Com a atualização, os consumidores finais não precisarão mais passar pelo caixa (um processo checkoutless). O Nexp está em 130 varejos de pequeno a grande porte, como Leroy Merlin. A Logstore expandiu no começo deste ano para a França, por meio de uma parceria com a marca de materiais de construção.
Em 2019, a Logstore cresceu 43%. Para este ano, projeta dobrar seu crescimento e o número de estabelecimentos atendidos. A startup também busca um investimento série A e o aprofundamento de sua internacionalização pela Europa em 2021.
“O movimento atual não terá volta: os estabelecimentos que irão reabrir as portas já estão pensando em distanciamento físico e transformação digital. Se o consumidor poder cuidar de toda a operação, melhor ainda para redução de custos em um setor com margens tão apertadas”, defende Santos.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios