O setor atacadista e distribuidor teve resultados positivos no mês de maio. Em termos nominais, o crescimento foi de +7,52% em relação a abril e +0,7% no acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. Contudo, na comparação com maio de 2019, o indicador aponta retração de -0,39%, resultado esperado tendo em vista o cenário adverso em 2020 em virtude da pandemia. Em termos deflacionados, o crescimento sobre abril foi positivo em +7,93%, enquanto a comparação com o mesmo mês de 2019 e o acumulado no ano ficaram negativos, respectivamente, -2,23% e -2,38%. Os dados constam da pesquisa mensal da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração) com um grupo representativo de empresas.
“Em março, a pandemia do novo coronavírus gerou expectativas de falta de produtos no mercado, o que levou muitos consumidores a aumentar o volume de compras e fazer estoques em casa. Como o abastecimento mostrou-se normalizado, o movimento de queda no faturamento em abril era esperado. Agora, vemos a situação caminhar para um novo estado de normalidade, com boas surpresas, como a valorização do pequeno e médio varejo, que é o principal cliente do setor”, afirma Emerson Destro, presidente da ABAD.
De acordo com o estudo Consumer Insights 2020, realizado consultoria Kantar Brasil, desde o início da pandemia, o pequeno varejo de autosserviço teve acréscimo de 3,5% de penetração, o que representa mais de 2 milhões de lares comprando nesse canal.
“O crescimento do canal também aconteceu em outros países do mundo. O varejo de vizinhança ganhou papel de destaque neste período de isolamento social, já que proporciona proximidade, conveniência e contribui para reduzir a circulação de pessoas, atendendo às diretrizes dos órgãos de saúde. Por isso, muitos dos pequenos e médios varejistas viram seu movimento aumentar, tendência que esperamos que se mantenha”, avalia o presidente da entidade.
Destro destaca também que, em grande parte, o bom desempenho do pequeno e médio varejo de vizinhança é fruto da atuação do atacado distribuidor, que desde o início da pandemia, em parceria com a indústria, vem abastecendo os estabelecimentos de forma ininterrupta, garantindo a disponibilidade de produtos e repassando as ofertas que caibam no bolso do consumidor. E complementa: “Ainda que haja a perspectiva de alguma dificuldade para os próximos meses, em razão do achatamento da renda e do aumento do desemprego, o setor visualiza uma retomada da atividade até o fim do ano, equilibrando eventuais”.
Fonte: ABAD