A última edição do evento online da PMA Talks Brasil, realizado no dia 23 de julho, mostrou o quanto o setor de FFLV (Flores, Frutas, Legumes e Verduras) tem se destacado nesta pandemia, por conta do aumento dos cuidados com a saúde e consequentemente, com a alimentação.
Para Thiago Picollo, CEO do hortifrúti Natural da Terra, a pandemia trouxe um sentimento de transformação para o setor. “Inovações que demoravam a acontecer passaram a ser colocadas em prática, de um dia para o outro. Cada vez mais as pessoas passaram a usar a tecnologia. Agora precisamos pensar em variedade, embalagens mais sustentáveis, marcas próprias com maior valor agregado e dinamismo porque as tendências para o pós-isolamento são boas e o hortifrúti está sendo privilegiado”, defende.
O e-commerce também tem sido um canal muito favorável para o setor. “Vínhamos nos preparando mas tivemos que acelerar esse processo, com uma transição bem rápida para o canal. Feito isso, as vendas pelo e-commerce aumentaram de forma gigantesca, além de explodirmos nos pedidos de delivery, com crescimentos exponenciais”, acrescenta Rafael Guinutzman, gerente comercial do Grupo Pão de Açúcar. A sessão de FLV representa hoje 14% de participação nos negócios da rede e entre os perecíveis subiu para 25%, com a pandemia.
Por outro lado, o único setor do FFLV que os convidados do debate foram unânimes em dizer que ainda vai levar um bom tempo para se recuperar é o de Flores. Para Mauricio Almada, diretor comercial de perecíveis do Comper, houve uma grande quebra na sessão. “Aos poucos, com algumas estratégias, como por exemplo, colocarmos as flores na entrada das lojas para estimular a beleza natural e aumentar o bem-estar, estamos reconquistando resultados mais significativos. Flores como a orquídeas e outras plantas em vasos, que costumam durar mais, também estão tendo mais saída agora”, explica.
Almada lembrou também que o maior desafio das vendas online agora, depois de quatro meses de pandemia, é melhorar os padrões de embalagens FLV, já que para alguns consumidores, eles geraram desconfiança. “Diferente dos orgânicos não manipulados, que dispararam nas vendas, acrredito que as embalagens dos demais produtos precisam se mais trabalhadas”.
Além disso, o executivo da Comper destacou que as marcas no FFLV também não deixam de ser grandes diferenciais. “Mas, neste quesito, com o passar do tempo, temos que aprender a trabalhar melhor a qualidade dos produtos para desfazer as experiências ruins que muitos clientes tiveram”, conclui.
Fonte: Super Varejo