Enquanto o atacarejo ganhou espaço cativo entre os brasileiros nos últimos anos e o pequeno varejo tem avançado no curto prazo por conta das mudanças de comportamento de consumo na pandemia, os discounters não têm tido um resultado tão favorável já há um tempo. Segundo levantamento da Kantar, o canal vem perdendo espaço no Brasil desde 2018 por não conseguir acompanhar a performance do mercado, o abandono ocorre porque muitas lojas fecharam e não necessariamente pelo resultado ruim.
O modelo, criado na Alemanha com os pioneiros Lidl e Aldi, oferecem preços mais baixos em um cenário de serviços reduzidos e mix de marcas próprias e boa localização, se espalhou pela Europa, Estados Unidos e, mais recentemente, América Latina com redes fortes. No Brasil, os lares passaram a gastar cada vez mais nos discounters aumentando a frequência de compra de 10 para 11 de 2018 a 2020, a questão é que houve forte redução no número de lares compradores neste período.
Apesar das famílias serem rotativas, ou seja, umas deixam de comprar enquanto outras começam a priorizar o canal, essa queda na penetração é bem significativa e, quando colocada na balança, acaba tendo mais peso do que os resultados positivos.
Ao todo, cerca de 3,1 milhões de lares que faziam compras nos discounters em 2018 abandonaram por completo a opção nos anos seguintes. Para onde migraram estes shoppers? Supermercados e atacarejos entraram rápido no topo da lista de importância para esse grupo, principalmente no intervalo de 2018 para 2019. Além disso, esses consumidores concentram seus gastos em certas cestas, como perecíveis e mercearia doce, fazendo com que os canais substitutos ganhem ainda mais relevância nessa equação.
Fonte: Super Varejo