O cancelamento das tradicionais festas juninas e julinas, somado à reabertura do comércio de rua, bares, restaurantes e shoppings em São Paulo, causaram uma desaceleração no valor das vendas do setor supermercadista. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS), foi a primeira queda, desde o mês de fevereiro, saindo de 7,4% em maio para 5,7% em junho. Por outro lado, a associação analisou os dados do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego -, do mês de julho, e constatou que foram criados 270 novos postos de trabalho, no mesmo período.
“O setor já esperava uma retração nas vendas devido ao aumento do desemprego, o que obriga os consumidores a serem mais seletivos em suas compras. O número de itens vendidos no mês foi 0,8% menor que junho de 2019”, explica o presidente da APAS, Ronaldo dos Santos.
Mas isso não impediu, por exemplo, que o setor varejista alimentar criasse 5288 vagas em todo o Brasil, número 316% maior que o mesmo mês em 2019, quando foram gerados 1271 postos de trabalho, de acordo com o CAGED. “Todo início de ano acontece o término dos contratos temporários gerados no fim do ano anterior, por isso este número é puxado para baixo. Considerando apenas o período da pandemia, que teve início em março, e o contexto da essencialidade do setor supermercadista, que por Lei tem a missão de abastecer a sociedade, os supermercados criaram 3.404 empregos. São profissionais que vieram e foram treinados para suprir o afastamento dos colaboradores que pertenciam ao grupo de risco, de modo que conseguíssemos cumprir a nossa missão e garantir o seguro e ininterrupto abastecimento da população”, completa Santos.
Ao todo, o setor supermercadista de São Paulo conta com 543,5 mil empregados atualmente, o que representa 30% do total do Brasil, dentro do setor de varejo alimentar.
Detalhes sobre a queda nas vendas
O faturamento real dos supermercados no estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE), no conceito de mesmas lojas – que considera as unidades em operação no tempo mínimo de 12 meses – registrou queda de 0,4% no estado, na comparação com o mês de junho de 2019.
A Grande São Paulo foi a região que mais sentiu a queda nas vendas, com -3,9% em comparação ao ano anterior. Mas os resultados no interior do estado foram diferentes, já que os índices se mantiveram em 2,2%.
Cenário das contratações
Na análise por canal, junho de 2020 teve o fechamento de 273 postos nos supermercados. Mesmo assim, os minimercados, hortifrutis e atacados tiveram dados positivos de 194, 72 e 277 vagas, respectivamente. O bom resultado no mês junho, nestes canais, aconteceu após eles apresentarem demissões de 8, 52 e 41 (na mesma ordem) dos colaboradores em maio – mês em que supermercados registraram o saldo positivo de 1.374 contratações.
Fonte: Super Varejo