Crescimento expressivo é atribuído a antecipação do pagamento dos benefícios sociais e expansão do número de beneficiários
A ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados divulgou o índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros, com registro de alta de 3,02%, até outubro, sendo a maior alta de 2022 e aproximando-se do crescimento acumulado do ano passado, que foi 3,04%.
O crescimento do consumo nos lares foi potencializado pelo pagamento antecipado de benefícios sociais, ocorrido entre a segunda e terceira semanas do mês de outubro. A antecipação beneficiou 21,13 milhões de famílias com o repasse de R$12,8 bilhões. Com a injeção dos recursos, a alta do consumo nos lares foi de 6,27% em outubro ante setembro.
A comparação interanual apontou ainda crescimento de 8,10% e todos os indicadores são deflacionados pelo IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Para o presidente da AMAS – Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados, Denyson Prado, os resultados dos índices apontam uma possível recuperação do setor e da economia como um todo, após o longo período pandêmico.
Denyson também enfatizou a positividade da antecipação dos benefícios para a população. “Isso ficou ainda mais evidente no mês de outubro, que houve aumento no número de beneficiários”.
De acordo com o vice-presidente Institucional da Abras, Marcio Milan, é notável o quanto o aumento no valor do Auxílio Brasil e a inclusão constante de beneficiários em condições de vulnerabilidade social expandiram o consumo de alimentos neste segundo semestre e, de forma mais expressiva, em outubro. “Esses recursos elevaram o consumo próximo ao patamar acumulado ao longo de 2021 e, se mantidos, eles devem ajudar as famílias de menor poder aquisitivo a abastecer seus lares”, analisou.
Outros fatores macroeconômicos como crescimento do emprego com carteira registrada, a desaceleração da inflação nos últimos meses e o pagamento de benefícios para outras categorias profissionais também contribuíram para o crescimento do consumo nos lares no período.
O resultado registrado até outubro (3,02%) confirma as estimativas de crescimento do consumo nos lares – entre 3% e 3,30% – para este ano.
A projeção foi revista pela entidade em agosto após a aprovação da Emenda Constitucional promulgada em julho pelo Congresso Nacional, que liberou recursos na ordem de R$41,2 bilhões para programas sociais: Auxílios Brasil, vale gás, caminhoneiro e taxista. Estudos da ABRAS, na época, mostraram que cerca de 50% a 60% do montante seriam destinados ao abastecimento dos lares.
Cesta de alimentos registra queda
O AbrasMercado – indicador que mede a variação de preços nos supermercados – registrou em novembro recuo de 0,98% no preço da cesta composta exclusivamente por alimentos, dentre eles: leite longa vida (-6,28%), feijão (-3.39%), óleo de soja (-0,94%), café moído (-0,44%), carne bovina – traseiro (-0,41%), açúcar (-0.35%), queijo (-0,17%).
A queda ocorreu em todas as cinco regiões do país. Na média nacional, o preço da cesta passou R$ 319,57 em outubro para R$ 316,45 em novembro.
Com a variação registrada em novembro, o preço médio da cesta nacional passou de R$ 743,75 em outubro para R$ 746,85 em novembro.
Com informações da ABRAS